Introdução
"Orelha"
Lançamento
Depoimento Monah   
Depoimento Cláudio Gomide   
Depoimento Frei Moser   
Fotos

Introdução

"Ao me propor a dar aulas de teatro percebi que não poderia me restringir apenas ao assunto especifico.Isto porque o nível de escolaridade dos alunos estava aquém do necessário. Não por culpa deles, é claro. A culpa, ou melhor dizendo, a falha, é do ensino geral em si, que deixa muito a desejar.

Optei então por levá-los a meus alunos o homem e sua saga. Darwinista de carteirinha mergulhei-os nessa epopéia sem lhes roubar a crença. Apenas mostrei o outro lado. Que é real. Que está aí para quem quiser ver.

E com isso, as raízes profundas que moldaram a nossa identidade também foram mostradas.

Para isso tive que abordar temas de história geral. O cenário no qual o homem se desenvolveu e porque. Evidentemente que tive de fazer isso quase que de forma panorâmica, mas ainda assim necessária.

Aí fomos para a Grécia, reconhecer um imenso patrimônio, restrito a um território tão pequeno. Parafraseando Churchill nunca tantos deveram tanto a tão poucos.

Roma e o Império. A influência grega através dele penetrou o mundo. Queda do Império Romano, Idade Média, Renascença, Novo Mundo, Guerras Mundiais e aqui estamos nós hoje. Para levantar esse material, quase uma tese, busquei primeiro lancei mão das fontes que tinha em casa. Tenho uma pequena, porem honesta, biblioteca. Ao conhecimento dos livros, some-se as aulas com Décio de Almeida Prado (meu professor de História do Teatro por quatro anos na EAD) e meu também professor, grande amigo e padrinho de casamento Ruggero Jacobi. E Sábato Magaldi com seu maravilhoso “Panorama do Teatro Brasileiro” que, com seu mais do que generoso consentimento, foi usado como um verdadeiro roteiro. Obrigada Sábato Magaldi.

Consultei, também, “Moderno Teatro Brasileiro”, de Gustavo Dória (principalmente no que se refere ao início do século XX), Rui Castro, na pesquisa sobre Nelson Rodrigues, e naturalmente tudo o que me caiu nas mãos sobre teatro, autores, atores, etc. e Maurice Crouzet (Histoire Generale dês Civilizations), André Michel ( Histoire de l’art), A. de Rodder e W Deonna (L’art em Grèce), J. Huizinga (Lê declin de moyen-age), Lucien Lévy-Bruhl (La mentalité primitive), Louis Hautecoeur (Histoire de l’ art, de la magie a la religion), Carl Sagan (Dragões do Éden) e evidentemente outras fontes livros, depoimentos, artigos de jornal, etc. etc.

Acredito que este pequeno livro vai ser útil para todos que entrarem em contato com ele. Para aqueles que verdadeiramente queiram seguir carreira e para os que não vão segui-la mas que vão encontrar nele muito mais do que simples informações. Para isso foi escrito.

Mas antes de encerrar este pequeno depoimento é preciso lembrar as pessoas que ao longo dos anos tem me dado muito mais do que apoio. Geraldo Matheus que passou este livro para o computador, porque eu escrevo tudo à mão ou à máquina.Christiane, minha estrela, que não só apóia, como dá sustentação financeira. Meu amado filho Márcio lá longe e juntinho de mim. Meu neto Leonardo (terceira geração no teatro, gente), e a dois amigos um de longa data, Cláudio Gomide e outra mais recente, Valéria Feitosa, que entrou na minha vida como um turbilhão renovador, a alma de tudo isso que esta acontecendo. Ela é a mola-viva que impulsionou tudo e todos.Toda uma vida para agradece-la! quanto a Cláudio, o que é que eu vou dizer? Melhor amigo, advogado, Chevalier-servant, etc.etc. E o meu agradecimento a Jarryer De Martino, que criou com um bom gosto excepcional a primeira versão do meu site, a capa do livro; enfim, tudo. A vocês todos, queridos, o meu obrigada para sempre."

Monah Delacy

Índice

 

"Orelha"

"A primeira aluna de teatro da professora Monah Delacy foi eu. Aprendi a ler ajudando mamãe a decorar seus textos. Antes de qualquer estudo formal, ela já havia começado a me ensinar como um ator deve andar e colocar a voz.

Ao me revelar o mundo da música clássica, o universo das artes plásticas (ela também é pintora), da literatura e da dança, estava inconscientemente me preparando para ser uma atriz curiosa que, desde cedo, entendeu que a arte cênica traz em si o coração de todas as artes.

Hoje, ao observa-la partilhar generosamente conhecimentos com seus alunos, percebo, emocionada, que ela os ensina com a mesma severidade, disciplina e candura que usava comigo. Isso faz com que seus pupilos lhe devotem um sentimento que transcende a relação mestre-aluno; cada turma é uma nova família.

Ao disponibilizar seu método de ensino, mamãe dá uma preciosa contribuição aos deuses do teatro, ajudando a formar atores mais completos, inspirados e conscientes da magia de seu oficio."

Christiane Torloni

Índice

 

Lançamento

Depoimento de Monah Delacy

"Queridos amigos e colegas,

É com infinita emoção que agradeço a presença de todos vocês. Está sendo uma experiência única, esta de hoje.

Educada que fui em princípios rígidos de discrição e comportamento quase espartano não me habituei, ainda hoje, a ser foco de atenção e que esse foi sem dúvida o maior entreve entre a educação recebida e a vocação que me impulsionava.

Assim quando essa feiticeira chamada Valéria Feitosa e seu acólito e cúmplice Cláudio Gomide, praticamente me jogaram nessa empreitada, eu confesso que balancei. O ineditismo da situação me desestruturou.

Tive medo, pela primeira vez, de não saber como agir. Principalmente quando começaram a chover os depoimentos.

Tive medo de não saber retribuir toda essa avalanche de carinho e amor que recebi através de quarenta depoimentos. Quarenta. Quarenta pessoas se dispuseram, generosamente, a falar sobre mim. Isso vai aquecer o meu coração até o fim da minha vida.

Tem sido uma bela jornada essa a minha. São cinqüenta e cinco anos fazendo aquilo que mais amo, apesar dos obstáculos. Mas se tem alguém com o fôlego de sete mil gatos esse com certeza é o ator. Não importa o que nos aconteça, não importa que tipo de adversidade nos atinja. Nós nos resgatamos aqui.

Eu era apenas uma menina, em 1948, e ao ouvir a palestra de Paschoal Carlos Magno, na Biblioteca Municipal de São Paulo, anunciando com suas trombetas a implantação da Escola de Arte Dramática de São Paulo eu decidi ali, naquele momento que era aquilo que eu queria para a minha vida.

Me inscrevi naquela noite mesmo no saguão da Biblioteca. Anos depois Alfredo Mesquita, fundador e diretor da Escola me mostrou o livro onde estavam os nomes dos inscritos. Estava lá, Lacy Correa dos Santos e a seguir Geraldo Matheus Torloni.

Desde aquele dois de maio de 1948, dia da primeira aula na Escola, até os dias de hoje, nunca me desviei do meu caminho. Apenas o enriqueci.

Foi contra a vontade da minha família que comecei a estudar Teatro. Tive que arranjar um emprego para custear meu curso e o resto. Depois de um ano no IAPI consegui um emprego fabuloso no Museu de Arte Moderna de São Paulo, pelas mãos do seu diretor Lourival Gomes Machado, meu professor de Estética na EAD. O que dizer dos nossos professores? Cacilda Becker, Vera Janacopulos, Madalena Lébeis, Décio de Almeida Prado, Alfredo Mesquita, Luis Contier, Leila Couri, Luís de Lima, Lourival Gomes Machado, Chinita Ullman, Pedro Balazs, Ruggero Jacobbi, depois Adolfo Celi. Eram quatro anos de curso. Entraram 30. Formaram-se 9.

Havia uma livraria em São Paulo, chamada Jaraguá, na rua Marconi, de propriedade de Alfredo Mesquita que era uma jóia. Lá se reunia a nata da intelectualidade do Brasil, e você cruzava, a toda hora, com um Manoel Bandeira, Oswald de Andrade, Ronald Carvalho, Monteiro Lobato, quando estava de bom humor, e por aí afora.

Para poder trabalhar no MAM tive que estudar Biblioteconomia no Mackenzie e assim o meu dia começava às cinco da manhã para terminar bem tarde da noite. Nos meus encantados vinte anos convivia com aquelas criaturas maravilhosas e encantadoramente simples como Tarsila, Portinari, Pancetti, Brecheret, Di Cavalcanti, Cícero Dias, o meio que assustador Assis Chateaubriand acompanhado de Pietro Bardi, diretor do Museu de Arte, nossos vizinhos, o quadro de Modigliani me saudando em amarelo todas as manhãs, a gargalhada vital de Lourival Gomes Machado e a timidez encantadora do meu patrão, o inefável Ciccilo Matarazzo. Em 195l tive o privilégio de trabalhar na instauração da 1ª. Bienal de São Paulo. Assim, quando tive que optar entre o Teatro e o Museu, meu coração balançou. Mas o Teatro já havia entrado em minha vida. Era um caminho sem volta.

Não se assustem que eu não vou contar a minha vida inteira.

Apenas quis ressaltar que nos meus anos de formação eu tive a imensa sorte de poder conviver com tais pessoas. E de participar, ativamente, daqueles anos de transição que mudaram definitivamente a face do mundo e de nosso país, com a implantação da televisão.

Casamento, filhos, nada disso me impediu de continuar trabalhando.

Ser dirigida por Adolfo Celi, Gianni Ratto, Ruggero Jacobi, Bibi Ferreira, ter como companheiros de trabalho pessoas do porte de uma Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Sérgio Britto, Ítalo Rossi, Sadi Cabral, Labanca, Paulo Autran, Tônia Carrero, Renata Sorrah, Leila Diniz, Ney Latorraca, Marcos Frota, Yara Amaral, Ivone Hoffman, meu querido Sebastião Vasconcelos, Cláudio Correa e Castro, meu quase irmão Rogério Fróes, amizades feitas de mutuo respeito e admiração como a de Eva Wilma, Bibi Ferreira, Edwin Luisi, Betty Lago, Elizabeth Savalla, Raul Cortez... Não gostaria de esquecer ninguém, mas estão agora todos num CD insubstituível.

Há dez anos descobri, num momento crucial, e pelas mãos de Cláudio Gomide, uma nova razão para viver: Ensinar minha paixão. Colocar nos corações e mentes de centenas de jovens as sementes desse amor avassalador. Sete anos em Petrópolis e três anos na CAL, no Rio.

Acredito que estou fazendo um bom trabalho.

Quero expressar aqui o meu profundo agradecimento a Christiane Torloni, porque ela sintetiza tudo aquilo pelo qual venho lutando há tantos anos: integridade, generosidade, talento conduzido com disciplina e maestria.

Ao pai dela, Geraldo Matheus, o sábio, meu companheiro de toda uma vida. A meu filho, Márcio, exemplo de disciplina e determinação que engrandece tudo com sua bondade.

Meu neto, Leonardo, que neto e filho de atores, depois de uma ligeira hesitação, embarcou na nossa nave.

A Valéria Feitosa, a alma disto tudo, que há um ano vem se dedicando junto com Cláudio Gomide e Jarrier de Martino para levantar esta fantástica produção. Ela não mediu esforços nem sacrifícios. Obrigada para sempre.

Cláudio Gomide, amigo querido, como um filho, vem me dando há tantos anos provas de sua dedicação impar. Jarrier, que com um bom gosto extremo criou o site, a capa do livro e o convite.

Quero agora fazer um agradecimento muito especial a dois homens muito especiais. Isso que vou dizer agora vai soar no mínimo esdrúxulo para quem me ouve. Que eu saiba, nenhuma ex-sogra fez o elogio dos seus ex-genros como agora eu vou fazer. Quando a grande tragédia se abateu sobre nós, Luiz Pizarro já estava separado de Christiane. Pois bem, ele saiu de seu apartamento, naquela manhã e voltou para ele oito meses depois. O apoio de sua mãe Hélia e de sua família naquele momento é uma divida de gratidão que não é paga jamais. A Denis Carvalho que fez meu coração estilhaçar com seu depoimento. E ao meu, ao nosso querido e iluminado Ignácio Coqueiro, uma das raras criaturas nesse mundo conturbado, que realmente sabe viver.

Quero agradecer, na pessoa do senhor Edgar Orth e do Conselho Editorial da Editora Vozes, a aceitação do meu trabalho e a conseqüente publicação do meu livro “Introdução ao Teatro”. À presença, que muito me honra, de Frei Antonio Moser, presidente da Editora Vozes.

Tudo passa inexoravelmente, nós sabemos. Mas no dia em que não houver mais Teatro é porque o mundo acabou."

Monah Delacy

Índice

 

Depoimento de Cláudio Gomide

"Uma vida dedicada ao Teatro, 55 anos de cena.

Monah Delacy uma dama do teatro brasileiro, natural de Belo Horizonte, mas ainda pequena muda para São Paulo onde iniciou seus estudos, filha de Sr. Gabriel e D Adina três irmãos Márcia, Luiz e Amabile, uma família centrada de bons princípios, seu pai um gaúcho muito rígido comandava toda essa família plantando em cada um deles a semente da ética, da dignidade e de bons costumes, vê na irmã Márcia o afeto de irmã, amiga e mãe pelo fato de ser a mais velha ajudou a Monah a construir seus princípios.

Lacy é o seu verdadeiro nome apaixonada pelo teatro influenciada pelo avô materno e uma leitora contumaz, freqüentava a biblioteca pública de São Paulo quase que diariamente.

Certa noite na hora do jantar quando toda a família se reunia Lacy pede a palavra e comunica que vai trabalhar e voltar a estudar.

O pai pergunta estudar o que?

Ela diz Arte dramática ______ Espanto geral, afinal naquela época tomar uma atitude dessas era um ato de muita coragem, principalmente a carreira artística.

Seu pai então diz: “quem sai de casa para trabalhar pode estudar o que quiser” e ele lhe entrega a chave de casa, e nunca viu a filha no palco ou na TV.

Assim sendo integra a 1º turma da EAD (Escola de Arte Dramática ) e também a 1º escola de teatro profissional, cursou com muito gosto e dedicação fez amigos e entre eles Geraldo Matheus Torloni.Com muita dedicação e responsabilidade em tudo que faz uma característica do signo de Áries, foi se destacando na turma e sempre tinha o merecido destaque nos exames públicos.Surge então Monah Delacy, uma atriz disciplinada excelente companheira e com uma estrada de sucessos por onde passaria. Nesse tempo o amigo Geraldo ator e secretario da EAD da lugar ao homem apaixonado, que do alto da figura de um Lord inglês se encanta definitivamente pela beleza de Monah, e então em 06 de março de 1954 casam-se e a 49 anos mantém a mesma sintonia.Nesta época já integrantes de Cias de teatro e Geraldo como administrador percorrem o país todo com um repertório de excelentes espetáculos, quando Monah tem o seu reconhecimento internacional nos palcos de Lisboa atuando em “Seis personagens a procura de um autor” no papel de mãe.

Geraldo e Monah juntos no teatro e na vida vão constituindo a família, nasce Marcio seu primeiro filho e depois Christiane, filhos até hoje muito generosos que com a ajuda dos Deuses do Teatro passam a ocupar as coxias e camarins e em cada intervalo a zelosa mãe espiava como estavam e o que faziam.Com esse núcleo já formado, Monah não podia imaginar que estava formando e encadeando cada vez mais uma família teatral.Paralelo a tudo isso, o talento de Monah Delacy cada vez mais se firmava e a cada espetáculo se somavam elogiosas criticas e a estrela se mantinha no firmamento, a vida não era fácil, Geraldo teve que cursar Direito e abandonar sua verdadeira vocação pois acreditava que não daria conta de manter uma família, naquela época um homem viver de teatro não lhe garantia um futuro certo, mas mesmo assim ainda integrantes de Cias mudam para o Rio de Janeiro e o sucesso continua, na cidade maravilhosa, vem a TV com o grande Teatro e o Teatro Trol uma nova e significativa experiência.Monah começa então a desenvolver o seu fértil lado de escritora, adptadora aumentando assim o leque de versatilidade dessa atriz, a essa altura já tinha atuado em grandes espetáculos com destaque para “Essa noite é nossa”1º espetáculo de arena no Brasil, “Lilliom”, “Rua São Luiz”, ”A Moratória”, ”Com a Pulga atrás da orelha”, “O Canto da Cotovia”, “Tiro e Queda”, “A Dama do Maxims” entre tantos outros.

O tempo foi passando e tempo no teatro também mudava, cada vez mais os artistas tinham que trabalhar, não só para fortalecer a cena brasileira, como também para fortalecer e manter a sobrevivência, os teatro funcionavam de 3º a domingo com nove sessões. Monah sem perceber juntamente com outros artistas estavam construindo a estória do teatro brasileiro e não sabiam, são muitas as estórias de bastidores, nem sempre boas, mas com certeza ajudam a fortalecer as lembranças de um tempo muito bom.

Geraldo a essa altura definitivamente empoe seu nome na administração teatral e Monah optando pelo teatro de qualidade por uma dramaturgia significativa, contribuem juntos e juntos brilham como estrelas de 1º grandeza, e não param por aí.

A participação de Monah é tão significativa que Monah da ao país e a cena brasileira Christiane Torloni, atriz disciplinada e nos moldes de Monah e Geraldo, transferindo assim o que tem de melhor, até nisso Monah é marcante na cena teatral, nessa época Monah passeia com perfeição pelas artes-plásticas, que com uma paciência monástica realiza com sucesso exposições e recebe prêmios.Sem falar nas deliciosas intervenções na culinária uma arte que quem conhece sabe reconhecer. E a atriz não para, muitos trabalhos, consagração e mais brilho a essa significativa carreira.A agitação e o calor do Rio de Janeiro faz com que Monah mude para Petrópolis, onde recentemente recebeu o titulo de cidadã Petropolitana conferindo pela Câmara Municipal, seu paraíso, repleto de flores, frutas, bichinhos e muita água mineral, a cena da imperial cidade fica mais rica, Monah em parceria com os segmentos de Cultura dá aulas de teatro, forma a 1º turma e assim dá seqüência a vários cursos, para crianças, adolescentes e 3º idade, escreve peças para seus alunos e sem duvida muda de vez o panorama teatral da cidade se associando a outros grupos e Cias da cidade.A talentosa e dedicada professora, sai pelo Brasil com workshops levando seus ensinamentos.Hoje professora na CAL (casa das artes de laranjeiras), importante escola de formação de atores no Rio de Janeiro, muitos de seus alunos já estão na cena Brasileira, atuando, formando Cias, dirigindo suas produções, construindo suas carreiras.

55 anos de carreira, carreira esta marcada pela ética, pela dedicação, companheirismo e muita a abnegação.Uma carreira repleta de significativos momentos de passagens e atuações marcantes e importantes na Dramaturgia nacional.A contribuição de Monah ao teatro brasileiro faz com que essa grande dama seja reverenciada hoje e sempre, de um casamento feliz, de Marcio e Christiane filhos dedicados e maravilhosos e de um neto Leonardo que começa a trilhar os caminhos do teatro marcando de vez a cena brasileira e impondo a família teatral."

Cláudio Gomide

Índice

 

Depoimento de Frei Antônio Moser

"Monah Delacy,

Os artistas são os continuadores da obra do Grande artista que é Deus.

Deus nos chamou para sermos artistas.

Há milênios, mas sobretudo nos últimos séculos, a humanidade vem sempre, de novo, se perguntando sobre sua origem e seu destino. Maravilhados com a beleza e complexidade de tudo o que existe, mas particularmente com a beleza e a complexidade do ser humano, muitos cientistas propõem teorias, mais ou menos consistentes, mas sempre insuficientes para desvendar os mistérios da criação. A Sagrada Escritura, não quer, nem pode competir com as ciências. Ela se coloca num outro prisma, ao mesmo tempo mais simples e mais convincente, porque vai além de tudo aquilo que os cientistas podem compreender. Movimentando-se no âmbito da fé e das intuições mais profundas, a Sagrada Escritura dá início ao poema da Criação com estas palavras: no príncípio Deus criou o céu e a terra... E Deus disse: faça-se a luz... e a luz foi feita; faça-se o firmamento... e este colocou-se no seu lugar... juntem-se as águas... e se formaram os oceanos e os continentes... povoem-se de seres vivos as terras, os abismos dos oceanos e os céus... e assim foi feito... Estabeleçam-se os luzeiros e eles passaram a brilhar no alto do firmamento... Por fim, num último e mais imponente toque de genialidade Deus fez surgir o ser humano.

Por todas as maravilhas que criou, do nada, Deus é denominado o grande artista. Acontece que, no sétimo dia Deus descansou... e passou a administração de todas as coisas para o ser humano, não só para que ele preservasse o que já existia, mas para que prosseguisse, com arte, a maravilhosa obra que ele, Deus, iniciara. Em outros termos, a vocação primeira do ser humano, imagem de Deus, é exatamente a de ser artista. E é desta forma que conseguimos hoje, mais do que nunca, resgatar a trajetória do ser humano, em toda a sua complexidade, exatamente através das marcas das mais diversas artes: da arquitetura, da escultura, da pintura, das letras, da poesia, do teatro... Seria temeridade considerar uma das artes superior às outras, como seria temeridade ainda maior privilegiar esta ou aquela civilização, esta ou aquela pessoa, uma vez que todas trazem impressas as marcas da genialidade do único criador. Contudo, seria também uma temeridade pretender negar que Deus tenha confiado a um certo número de pessoas uma missão especial: a de fazerem resplandecer com maior brilho todas as belezas da criação a um só tempo. É por isto que, nós outros, os simples mortais, nos inclinamos, com admiração, diante destas pessoas, que por seus dotes artísticos, montam no palco do mundo, as mais variadas cenas que revelam as mais variadas expressões da humanidade. São elas que, em meio a um mundo mergulhado em conflitos e contradições, levantam continuamente a bandeira da esperança, porque nos asseguram que por trás das comédias e até mesmo das tragédias, há sempre um diretor competente que nos fará aplaudir entusiasticamente a coerência que se ocultava em meio a uma aparente incoerência.

Prezada Monah, familiares, amigos e admiradores desta que hoje é homenageada por seus dotes artísticos: representar personagens e expressões do humano não é apenas um talento, é também uma missão, e uma missão divina, de quem é capaz de ultrapassar o cotidiano, para mergulhar no extraordinário, é capaz de ultrapassar o tempo, para mergulhar na eternidade, é capaz de dar sua vida para que outros aprendam a viver. É por isto mesmo que a centenária Editora Vozes, que sempre buscou conjugar religião e cultura, que viveu e ajudou a construir um quinto da história desta nação, sente-se orgulhosa por haver sido escolhida para trazer à luz esta obra que, certamente se transformará numa referência obrigatória: introdução ao teatro. Nossa Editora sente-se orgulhosa porque sabe que enquanto houver homens e mulheres, capazes de mergulhar no mundo dos deuses, penetrando nos mistérios que elas e eles carregam consigo, nós simples mortais não temos porque desesperar: mesmo em meio à manifestações de insânia como estas que presenciamos nestes dias, temos a certeza de que Deus não abandonará sua maior obra de arte que é constituída por estes paradoxais seres humanos. Temos certeza de que mesmo com milenares sítios arqueológicos e obras de arte ameaçadas por bombas ditas inteligentes, mas comandadas por personagens kafkianos, as marcas da genialidade humana nunca irão desaparecer. Pelo contrário, como sempre ocorreu ao longo da história do teatro, tão bem traçada na obra que agora será dada ao público, por trás das máscaras escondem-se homens e mulheres de carne e osso; e por trás destes homens e mulheres, esconde-se Fenix, o deus que faz a vida renascer sempre de novo, ainda que em meio às cinzas.

Parabéns, Monah, por esta obra, mas também pela genialidade que marcou sua vida, e a vida de seus familiares: com certeza vocês se constituem numa família prendada com dotes pouco comuns, que lhes foram confiados pelo próprio Criador. Que nossa Senhora das Graças, a quem toda a família foi consagrada, continue a acompanhar seus dias, de tal forma que os luzeiros jamais deixem de brilhar no firmamento. Obrigado."

Frei Antônio Moser

Índice

Fotos

Monah recebe Raul Cortez durante o lançamento de "Introdução ao Teatro", no Teatro dos Quatro - RJ

O advogado e agente artístico e cultural Cláudio Gomide e Christiane Torloni

Monah autografa cópia de seu livro

Monah no lançamento de seu livro em São Paulo, na Livraria Cultura

Monah e Geraldo no Teatro dos Quatro

Ruth de Souza e Tônia Carrero no lançamento no Teatro dos Quatro

Oswaldo Louzada, Paulo Figueiredo e Tony Ramos no lançamento no Teatro dos Quatro

Monah e seu amigo Alessandro

Monah ganha de Robson Fernando sua caricatura

Com Camila Morgado

Com Miguel Falabella e Christiane Torloni

Marcos Caruso e Carmen Silva

Rogério Fróes, Oswaldo Louzada, Marcos Caruso e Carmen Silva

Monah com Maria Pompeu

Com Mariuccia Iacovino e Mirian Daulsberg

Cláudio Gomide, Lais Correa, Valéria Feitosa, Jarrier de Martino e Christiane Torloni

Noite de autógrafos na Bienal do Livro no Rio de Janeiro

Monah Delacy inaugura a "Cenário Escola de Teatro" em Nova Iguaçu. Monah foi a madrinha e ministrou uma palestra sobre a história do Teatro e do seu livro "Introdução ao Teatro"

Monah com Geraldo e Ana Lucia Torre

Noite de autógrafos na Livraria Travessa - Ipanema, Rio de Janeiro. Monah e José Possi Neto

Os atores e ex alunos Paulo Zanon e Beta Perez